T.J. Watt tem uma relação especial com sua mãe, Connie Watt.
Essa é a primeira de três histórias de calouros com suas mães.
Depois de conversar com a Connie Watt por apenas alguns minutos já não era surpresa saber que ela é especial.
Connie Watt, a mãe do jogador dos Steelers drafitado na primeria rodada e titular como linebacker T.J. Watt, do defensor do Texans J.J. Watt e do fullback dos Chargers Derek Watt, sempre esteve lado a lado com seus filhos quando eles estavam crescendo.
Foram horas e horas que ela passou assistindo treinos, incluindo treinos de hockey, o que era a paixão dos irmãos Watt quando criança. Não importava as circunstâncias do treino e horário, ela sempre estava la.
"Depois que T.J. nasceu, no caminho de volta para casa nós paramos na pista de gelo," disse Connie. "J.J. tinha treino então fomos direto para lá."
Quando escutou essa história, T.J. apenas sorriu, sabendo que esse é o jeito que seus pais são.
"Eles estavam em todos os lugares," disse ele. "Acho que isso resume tudo." * * *
Sendo o mais novo dos três filhos, era certeza de que T.J. seria um atleta.
"Os outros irmãos já praticavam esporte, e ele sempre queria fazer o que os irmãos faziam," disse Connie. "Ele ia aos treinos deles para assistir. Meu marido era treinador, então ele sempre estava por perto também. Ele sempre estava com os meninos fazendo tudo com eles."
"Eles todos comeceram a jogar futebol americano no quinto ano de escola. Essa era a idade que as crianças podiam começar a jogar de forma competitiva. É claro que eles já brincavam no jardim de casa. Eu costumo dizer que meus filhos nunca assistiram filmes da Disney porque eles sempre estavam praticano algum tipo de esporte desde que tinham 2 anos."
Antes de futebol americano, entretanto, veio o hockey. Os três amavam praticar o esporte, porém demandava bastante tempo, geralmente distanciando a família e tornando mais difícil estarmos todos reunidos.
"Estávamos por todo lado," disse T.J. "Todo mundo que já praticou hockey sabe a quantidade de viagem e dedicação necessária. Em algumas ocasiões estávamos em paises diferentes. Minha mãe estaria no Canadá com J.J., meu pai em Nova Iorque com o Derek, e eu em casa com meus avós. Se tornou bem difícil para a família."
Foi uma decisão difícil. Sim, eles adoravam hockey, mas família vem em primeiro lugar e não tinha nada que iria mudar isso.
"Nos fazíamos de tudo para estar juntos," disse Connie. "Por isso paramos de jogar hockey, porque estávamos sempre separados. Nós decidimos que a prioridade era estar juntos. Assim, quando J.J. tinha 13 anos e T.J. 8 anos, nós paramos com o hockey. Eles amavam hockey mas não estava funcionando. Era muito tempo separados."
Enquanto a decisao pela familia foi correta, foi um momento difícil para T.J.
"Eu fiquei bravo porque eu finalmente tinha sido selecionado para o time naquele ano," se lembrou T.J. "Ano que tomamos a decisão de não jogar mais hockey. Desde então não usei os patins."
Tudo acabou dando certo. Com o hockey fora dos planos, futebol americano virou o centro da atencao.
"Futebol americano era a segunda paixão ao deles," disse Connie. "Eles viviam para isso. As pessoas perguntam o meu marido se ele jogou futebol americano na universidade igual aos meninos e ele fala que ele não amava o esporte como eles. É um esporte que você tem que amar para ir aos treino, jogos e tudo mais."
- *
Família. Quando Connie disse que família vem primeiro, essa é a pura verdade. Os garotos significam o mundo para ela. Ela faria o possível e impossível para ver eles felizes.
"Minha mãe é literalmente uma super heroína" disse T.J. "É inexplicável o que ela ja fez por mim e meus irmãos. Criar três filhos ja é uma façanha, e ainda ter criado três jogadores da NFL, é coisa de outro mundo. Nós não estaríamos onde estamos se não fosse pelo amor e suporte que ela e meu pai nos deram. Compartilhamos momentos bons e ruin, com lesões e situações complicadas. Eles sempre estavam nos dando o carinho e atenção que precisamos."
Os dois trabalhavam, mas conseguiam balanciar bem. John Watt era bombeiro e seu turno de trabalho de 24 horas permitia que ele tivesse dias de folga que eram dedicados a fazer compras da casa e preparar a comida. Mas sempre em espírito de equipe, com algumas tarefas destinadas aos meninos.
"Era tudo em equipe para fazer as coisas acontecer," disse Connie. "Os meninos sabiam desde que crianças que se eles quisessem que nós fôssemos aos treino para assisti-los, eles tinham que ajudar em casa."
"Sempre digo que era trabalho em equipe. Se todos fizemos bagunça, todos limpamos. Era divertido. Nós tínhamos um quadro de tarafeas. Cada um tinha uma responsabilidade. Por exemple, T.J. ficava sentado na bancada e J.J. passava os itens de cozinha lavados para guardar. Eles tinham que limpar o banheiro e coisas do tipo. Era importante mostrar para eles que as coisas não acontecem sozinhas ou que os pais devem fazer todo o trabalho. Não gastava muito tempo do dia para fazer a diferença e arrumar a casa. Assim era mais tempo livre para aproveitarmos. Foi importante ter essa conexão como família."
Quando era hora de preparar a comida, a obra de mão mais pesada vinha dos pais.
"Não foi fácil, mas nós amamos tudo," disse Connie. "Lembro que eu sempre procurava por cupons de carne. No meu caminho pro trabalho eu parava em duas lojas para pegar os cupons. Quando chegava no trabalho, as pessoas me davam os cupons delas e no caminho de volta para casa eu comprava carne. Fazia isso todos os dias por mais ou menos uma semana para aproveitar todos os discontos. O dono da loja me perguntou se essa comida era para dois meses, mas na verdade nao durava nem um mês."
"As crianças comiam um café da manhã ha reforçado. Isso sempre foi importante para mim. Eu tive isso na minha infância e não me sentiria bem se não fizesse o mesmo com eles. Eu preparava sanduíches com geleia e pasta de amendoim para eles comerem de lanche às 10 da manhã. A partir do terceiro ano, eles comiam lanche duas vezes no dia. Eu liguei para a escola para perguntar se eles estavam dando almoço para eles porque a minha conta de supermercado estava um absurdo. Eles falaram que os meninos estavam almoçando o equivalente de duas crianças cada. Quando perguntei a eles se era verdade, eles apenas confirmaram."
"Eles voltavam para casa da escola, comiam de novo e por volta das 8 da noite eu e meu marido preparávamos jantar para eles. E nao era nada de comida congelada, era prato cheio de comida que eles comiam às 4 da tarde e depois às 8 da noite."
Os garotos foram crescendo e passaram e entender melhor todo o trabalho que seus pais tiveram com eles quando crianças. São muito agradecidos pelos pais terem os ajudado a serem quem são hoje.
"Eu ia para a escola e perguntava as outras crianças o que elas comeram no café da manha e elas falavam cereal," disse T.J. "E eu falava que tinha comido omelete, panqueca, ou qualquer outra coisa mais reforçada que meus pais tinham feito. Eles nos alimentaram para crescermos fortes. Geralmente a gente comia café da manhã, lanche, almoço dobrado, outro lanche, e um ou dois jantares. Nós tomávamos quase 10 litros de leite por semana."
"Eu so valorizei o quão especial aquilo era quando mais velho. Eles queriam nos ver brilhar. Eles sabiam do que precisávamos para chegar onde queriamos chegar desde cedo. Eu sou muito grato por isso. Eles nos ensinaram o caminho. Eles sabiam o que queríamos e como chegaríamos la."
Ficar na cozinha preparando comida para eles continuou até depois que foram estudar na Universidade de Winsconsin.
"Na universidade preparávamos marmitas para eles," disse Connie. "A gente dirigia no sábado com um isopor cheio de marmita. Levava fruta e outras coisas que eles só precisavam colocar na mochila e estava pronto."
Ensinamos eles a cozinhar. É muito importante na carreira deles, boa dieta e dormir bem. Eles aprenderam isso.
- *
Lesões. É parte do esporte, mas ninguém quer que aconteça. Para os torcedores ja é sofrido ver o jogador do seu time machucar. Agora imagina se esse jogador é um dos seus filhos.
A família Watt tem experiência em lesões, mais do que eles gostariam.
"Um tempo atrás me perguntaram se era difícil assistir meus filhos jogarem futebol americano," disse Connie. "Eu falei que não, eles treinam forte, comem bem, dormem bem, e são cuidadoso. Nunca fui de me preocupar."
"Mas aí eles machucam. Quando T.J. e Derek machucaram na universidade, em duas semanas foram duas cirurgias. Eu e meu marido nos mudamos para Madison por um mês para morar com eles em um hotel. Levamos eles para aula, cozinhamos para eles, e a nossa relação fortaleceu ainda mais."
"Ver o T.J. se lesionar no início do ano foi complicado. Eu sei o quanto eles se esforcam, e ninguem consegue prever lesões. Fico feliz que foi por um período curto."
Ela admitiu que estava um pouco preocupada quando T.J. teve o primeiro jogo na NFL. Mas a preocupação durou pouco depois que seu caçula teve dois sacks na estreia contra Cleveland.
"Eu pensava se ele ia se dar bem na NFL, os jogadores são muito fortes," disse Connie. "Mas ai, logo no primeiro jogo ele já estava mandando bem."
Connie tem uma relação especial com cada um de seus filhos, e como T.J. é o mais novo, eles tem uma conexão que vem se fortalencendo cada vez mais.
"Depois que os outros dois saíram de casa, a relação ficou mais forte," disse Connie. "Para tudo tem um equilíbrio para não ficar no pé dele o dia inteiro porque ele era o único em casa. Você tem que dar espaço. Esse equilíbrio foi essencial para nós."
"Era bem difícil quando ele era o único em casa e eu tinha que viajar para ver o jogo do J.J. Era péssimo porque eu não queria deixar ele sozinho. Era sempre importante explicar que eu os amava igualmente e achar o equilíbrio para dar atenção a eles."
O tal equilíbrio ainda é essencial. Com os filhos espalhados no país, decisões têm que ser tomadas e que mudou recentemente depois que J.J. sofreu uma lesão que vai deixá-lo fora pelo resto da temporada.
"É um desafio," ela disse. "Estávamos na California por uma semana para assistir o jogo do Derek, e assistindo o jogo do T.J. e J.J. no computador. No caminho para o jogo estávamos o tempo todo no telefone para olhar o resultado dos jogos. Nós fazemos o possível para acompanhar todos."
"Ainda é difícil acreditar que estão todos na NFL."
Os Watts sempre tentam estar presents para todos os filhos, mas nem sempre é possível. O primeiro jogo do T.J. na temporada regular foi no mesmo dia que o J.J. estava voltando de uma lesão da última temporada que teve nas costas. Eles tiveram que tomar um decisão e foram para Houston assistir J.J.
"T.J. sabia que foi uma decisão difícil," disse Connie. "Ele entendeu. Nós fomos no jogo contra os Giants, na pré-temporada, o que foi o primeiro jogo dele. A gente quer estar em todos os jogos deles, mas é bem complicado."
E sem contar que é muito cansativo estar sempre presente, mas eles entendem.
"Ano passado nós voamos para Atlanta pela manhã para o jogo do Derek às 4 da tarde e tivemos que correr para o aeroporto porque o jogo foi para a prorrogação e pegar um voo para Houston para assistir o J.J. no outro dia de manhã," disse Connie. "Foi uma loucura. Nossos amigos estavam com a gente. Eles falaram que somos loucos. Contamos para todo mundo que iamos correndo para o aerporto para tentar chegar a tempo. Tínhamos alugado um carro e não conseguíamos lembrar onde estacionamos de jeito nenhum, o que piorou as coisas."
"Nesse ano estávamos em Wisconsin no domingo assistindo os jogos na TV, fomos para Denver na segunda para o jogo do Derek, depois para Pittsburgh na quarta-feira, em seguida para Houston para uma reunião e voltamos para Pittsburgh. Estamos por todo lado. Sabe quando uma companhia aérea mostra todos os destinos de uma cidade? Essa sou eu na temporada de futebol americano."
Os Watts amam feriados e as tradições em volta deles, mas esse ano a tradição vai ser futebol americano e nada mais. Os Chargers (time do Derek) jogam em Dallas no Dia de Ações de Graça , os Steelers de T.J. jogam no domingo desse mesmo feriado contra os Packers, e os Texans (time do J.J.) jogam na segunda a noite em Baltimore, eles só viajam para esse último jogo se J.J. for relacionado.
Quando se fala em Natal, eles vão pelo menos passar essa data com T.J. e J.J., já que os Steelers jogam contra Houston no dia 25 de dezembro.
"Até pensamos ir para Nova Iorque na véspera do natal para o jogo do Derek, mas devido a temperature dessa época do ano pensamos que poderia ser um risco." * * *
Quando T.J. chegou em Pittsburgh, seus pais vieram com ele para ajudar a achar uma casa e arrumar as coisas para que ele pudesse focar apenas em jogar futebol americano.
"Fizemos isso com todos eles," disse Connie. "Nossa prioridade é ajudá-los, fazê-los felizes. Tudo ajuda para que eles possam jogar bem. Nao é uma transição fácil para eles com mudança e tudo. Eu e meu marido crescemos e criamos nossos filhos na mesma região. Para eles se sentirem confortáveis, nós fazemos de tudo para ajudar."
Ao invés de comprar uma casa pronta, T.J. decidiu construir uma para ele. Tem sido um processo de aprendizagem e que ele precisava do suporte da família.
"Não estou fazendo nada disso sozinho," disse T.J. "Eu perguntei minha mãe como é possível fazer tudo sozinho, controlar o dinheiro, tempo, achar uma casa. Eu realmente não sei como tem gente que resolve tudo sozinho. É muito bom ter eles por perto ajudando. Eles são aposentados então eles têm tempo para vir. São oito horas de carro, ou duas horas de voo. É muito bom quando eles vem visitor. Meu pai sabe o que o que é bom ou ruim de ter em casa e eu não tenho muita experiência. Eles gostam de vim e eu nao posso reclamar."
T.J. liga para sua mãe regularmente para saber como ela está, compartilhar o que tem acontecido na vida dele e para bater papo.
"Conversamos todos os dias, disse Connie." "Algumas pessoas falam que isso não é normal. Tudo bem, nós não somos normais. Somos uma família única, muito especial. Ele é um garoto muito divertido e quero que seja sempre assim. Sei que é complicado estar longe de casa. De manhã eu mando para ele um 'bom dia' ou alguma mensagem legal. Meu marido sempre brinca comigo dizendo que as vezes eu ligo muito."
"Meus filhos me escrevem cartas, me mandam mensagens. Eles me tratam de uma forma muito especial. T.J. sempre fala 'te amo', no final de todas nossas conversas"
Essas conversas ajudam para que a conexão entre a família continua existindo desde que os filhos eram crianca.
"Eu ligo para minha mãe uma vez por dia, e sempre estou mandando mensagem," disse T.J. "Ela realmente é um dos meus melhores amigos. Ela é uma mulher sensacional. Cada vez mais entendo o quão especial ela é por tudo que ja fez pela gente. Ela nunca para, eu falo com ela para sentar e relaxar um pouco mas ela não consegue e diz que sempre tem uma coisa para fazer."
"Para o aniversário dela eu comprei um dia em um spa para ela. Falei que era a única maneira de fazer ela parar por um minuto e ficar tranquila."
"Ela é uma mulher incrível"